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A lenda do chefe Fujão.

Da Política às Pistas de Fuga. Chefe Fujão fugindo da justiça na madrugada. Em Fugópolis, a capital da esperteza e do desaparecimento, reinava supremo o Chefe Fujão. Desde a infância, ele era um mestre da camuflagem, capaz de se transformar em uma poça d'água ou num grão de areia quando a situação apertava. Na escola, enquanto os outros faziam lição de casa, ele estava ocupado traçando rotas de fuga por baixo da carteira. Ao ingressar nas forças armadas, sua carreira foi uma comédia de erros, ou melhor, de fugas. Ao invés de defender a pátria, ele defendia seu próprio umbigo, desertando em missões importantes para ir pescar. Seus superiores, exasperados, o expulsaram com um sorriso amarelo e um conselho: "Vá pescar em outro rio!" A política foi o próximo capítulo dessa saga épica. Eleito deputado, Fujão se dedicou a uma atividade insuspeita: a arte de não fazer nada. Seus discursos eram tão longos e incoerentes que até os próprios colegas cochilavam. Mas sua maior habilid

A festa, os dramas e o mar

Além da Folia: O Mar Como Testemunha

A foto mostra pessoas anônimas caminhando na praia em dia de maré alta.
Maré alta no mar.


A folia enlouquecida, maré a brilhar,

Três dias de festa, o mar a dançar.

Gente desvairada, na alegria a se afogar,

No divã das águas, dramas a se lavar.


O mar, como palco de emoções a desvendar,

Absorveu as cenas, vícios a se entrelaçar.

Carnaval em festa, a carne a se entregar,

Angústias e alívios, no salso divã a se embalar.


Prantos e risos, nas ondas a se misturar,

Amores e brigas, o mar a devorar.

Efêmeros encontros, na espuma a se formar,

O mar, amigo fiel, segredos a guardar.


Após a festa de Momo, a ressaca a chegar,

Três dias de folia, três de mar a se acalmar.

Dramas expulsos, na areia a repousar,

Sussurros da ressaca, almas a se lamentar.


Ondas desalmadas, na praia a se quebrar,

Almas embriagadas, na areia a se deitar.

O mar, purificador, agonias a limpar,

Sóbrios ignorantes, na maré a questionar.


“Por que o mar se agita, amor, a nos assustar?”

“É a lua nova, a maré a comandar,

Como bateria que ao samba faz vibrar,

O mar, valente, na ressaca a se expressar.”


Comparando com a Lua, o Carnaval a se espelhar,

O mar, em sua dança, dramas a expulsar.

“Ah, a culpa é da Lua!” o mar a murmurar,

Mas são os dramas humanos, ele vem purificar.

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