Nas eleições os votos de papéis, eram
um pesadelo para todos os cidadãos.
Voto. |
Todos nós os jovens a mais tempo
acompanharam as eleições no Brasil desde que iniciaram os seus primeiros votos
há muitos anos, entretanto, nunca viu um candidato sequer derrotado, e seus
seguidores terem a ousadia de contestar os resultados das urnas. Contudo, ainda
que as eleições fossem tudo realizado manualmente.
Aqueles horrorosos votos de
papéis, eram guardados, em urnas de lonas, eram fechadas e em seguidas
escoltadas até os locais de apuração. Elas seriam fáceis de serem fraudadas em
razão de vários motivos, seja antes da e durante a votação e nas contagens dos
votos. Contudo, sempre se respeitou, os resultados de todos os pleitos
eleitorais no país.
Sempre se respeitou o resultado
da maioria absoluta da população que foram confirmadas pelos órgãos
responsáveis para organizar todo o processo eleitoral no país. O vitorioso
somente iria fazer a festa no momento que o juiz eleitoral confirmava o fim da
apuração em 100% e proclamava o vencedor das eleições daquele ano.
Antigamente as informações chegavam em atraso.
Naquela época, muitos não tinham
televisão de qualidade, quando a tinha era em preto e branco, e, depois vieram
as com cores, mas o sinal era péssimo e muito menos “internet”. Como cidadão e
jovem de outrora os nossos meios de informação eram os jornais impressos que
chegavam geralmente atrasados! Não obstante, se alguém estivesse com pressa
pagava um mensageiro ir distante para mandar buscar os com dois dias de atraso!
Havia eleições que levariam semanas para se ter o resultado do pleito. Assim
como tantos outros, éramos convocados pelo cartório eleitoral da cidade para
escrutínios dos votos durante muitos anos.
Nestes dias de trabalhos
cansativos presenciamos cenas de violências entre os fiscais dos partidos,
essas situações não condizem com a festa da democracia. Muitos eram presos
porque cometiam agressões físicas entre eles. O juiz
eleitoral das comarcas próximas9 mandava
prender e estes não voltavam mais. Somente no final da contagem dos votos eram
liberados para responder em processos dos crimes cometidos.
Durante estes dias a polícia da
cidade protegia os contadores de votos, eles tinham muito trabalhos com os
fiscais de partidos brigões.
O rádio acelerou a informação, ainda
com péssima qualidade.
Após um tempo vieram as famosas
rádios nas frequências: (inglês) sigla (AM) Amplitude Modulation, ou no
Português: Amplitude
Modulada. Muitas vezes não dava para ouvir os locutores
lerem as notícias em razão de muitas chiadeiras. Muitos radialistas cercavam as
mesas de apuração para fazer as transmissões ao vivo e lembro perfeitamente que
a primeira frase dita, atenção aos ouvintes da Rádio X AM, que opera na
sua frequência de 520 kHz a 1710 kHz. Passa a partir de instantes a transmitir
direto da cidade tal, o boletim parcial, da marcha das apurações das eleições.
Quem tinha seu rádio em casa
trazia e ficava ligado nas Rádios do centro do país como Rio de Janeiro e São
Paulo e ficava atualizado sempre quem estava ganhando ou perdendo! Havia muitos
desencontros de informações porque até as emissoras pequenas passavam por
dificuldades para repassar as notícias para grandes estações de rádios, do país
e no fim havia muitíssimas divergências de referências devido à precariedade do
momento.
As confusões de informações na época
das ondas do rádio eram permanentes.
O mais engraçado em tudo isso,
era que existiam as grandes oscilações de quem estava na frente ou atrás. A
rádio da cidade (Y) anunciava o resultado local, entretanto, uma hora depois,
outras rádios transmitiam para os ouvintes que o candidato X estava ganhando.
Depois de 3 a 4 horas, os
candidatos e seus correligionários que já se sentiam vencedores, levavam
grandes sustos, porque antes quem estava na frente, recebia a atualização da
apuração das urnas em maior volume e já passava adiante.
Contudo, nesse vai e vem de estar
na frente ou atrás levavam muito tempo, dias, semanas dependendo do tamanho da
cidade e da modalidade da eleição.
Naquela época das urnas de lonas
e voto de papel era uma tragédia grega esperar o resultado em definitivo da
apuração e existiam momentos de vexames e cômicos entre os torcedores dos seus candidatos.
Aqueles votos tenebrosos de
papéis eram guardados até a próxima eleição, em caso de contestação, algo que
nunca testemunhei. Certamente, depois de um tempo determinado, o juiz eleitoral;
mandava incinerar os montes de lixos inúteis de votos de papel porque não
haveria mais utilidade.
Os escrutinadores contaram muitos votos durante a suas existências e eram dias tediosos.
Todos os escrutinadores presenciaram muitos fatos tediosos na época, era tudo infernal. Todos os votos de uma seção eleitoral, eram escrutinados voto a voto, se errava muito e se recontava tudo outras vezes, nem calculadoras existiam para todos e tudo eram calculados na ponta do lápis.
No entanto, na prática, era as
trevas, eram tantas brigas entre os fiscais dos partidos e candidatos ao cargo
de vereadores e prefeito, quando a eleição era municipal, ao nível de estado e
país, as discussões se expandiam.
Eles permaneciam junto às mesas
apuradoras porque os cabos eleitorais, enchiam a paciência de todos os
contadores dos votos. Certamente com o medo das fraudes eleitorais que eram
constantes durante as votações manuais, a época do atraso. Hoje o Brasil tem as
eleições mais seguras e com apurações mais rápidas do mundo. Havia muitas
brigas nas mesas das apurações era horrível aquela situação, um grande
desrespeito com a democracia e todos os cidadãos. Ainda hoje nas pequenas
cidades do país muitos tem muitas histórias cômicas das eleições de papéis para
se relatar.
Naquela época a liturgia do
reconhecimento da derrota era ato nobre.
Algo extremamente elegante que
ocorria na época: o perdedor ao receber o resultado, saía correndo a casa ou
até o local da festa do vencedor reconhecer a derrota e parabenizar por mais
rivais políticos que eram.
Até se não fizesse essa liturgia
eleitoral, a população ficava a saber principalmente nas pequenas cidades e na
próxima eleição, se fosse concorrer não ganhava pela falta de educação,
deselegância e respeito à democracia no pleito anterior. Quem ousasse
desrespeitar os resultados das eleições era severamente punido pela justiça
eleitoral da época!
A justiça eleitoral do
Brasil tem uma história longa.
A história da justiça
eleitoral vem desde 1930 e muitos fatos ocorreram até
chegar ao atual Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tem uma brilhante
atuação na evolução das eleições e principalmente tem sido um
guardião da democracia do Brasil.
Hoje o país tem um sistema
eleitoral seguro, transparente e veloz em todas as eleições desde 1996. O TSE é
orgulho e modelo de uma tecnologia eleitoral e inovadora para o Brasil e o
Mundo.
Sonhos para o futuro é
maravilhoso.
A ideia ilustrativa de como seria o título eleitoral futurístico com chip. |
Portanto, o tempo passou, a tecnologia avançou, ficaram as lembranças cômicas daquele período da escuridão e do medo das fraudes eleitorais. Quem foi escrutinador na época lembrará de muitos fatos ruins e alguns engraçados, entretanto, o que mais ficaram marcados foram as discussões sem fim entre os fiscais dos partidos para anular ou não, um voto, ou a urna inteira.
Havia situações de impasses e quem tomava a decisão final, naquelas circunstâncias nebulosas, nas quais todos que estavam se achavam os certos, mas, não! No fim quem resolvia de fato era o juiz eleitoral.
Entretanto, ali todos os presentes em conflitos, não se chegava a uma solução,
o juiz eleitoral era chamado que terminava aquela balbúrdia durante a apuração
e ponto final para os dois lados em exaustivos bate-bocas sem fim.
Refletir no ontem e o no que virá para o futuro eleitoral.
Hoje volto a pensar naquela época
e vejo que vivíamos realmente nos tempos das cavernas eleitoral e a partir de
1996 começaram a brilhar os primeiros raios de luzes para a eleição totalmente
digital.
Todavia, foram muitos passos
nesta caminhada para se chegar ao patamar de segurança e velocidade atual.
Entretanto, ainda falta a justiça eleitoral dar o último passo seguro para a
modernização total do voto eletrônico seria criar o título digital com toda a
engenharia do TSE para que o cidadão vote de casa mesmo sem ir mais aos locais
de votações.
Portanto, como é sonho e
certamente não irá demorar muito porque o avanço tecnológico dessa área caminha
de maneira célere. Entretanto, com certeza, num futuro não muito longínquo se
votará a partir do aplicativo, aí seria a eleição totalmente online, não é
delírio é sonho e poderá sim se transformar em realidade.
Contudo, quem imaginaria que
antes de 1996 as urnas de couro, lona e voto de papel pudessem ser substituídos
pelas eletrônicas de hoje? Assim poderá vir a próxima onda a da eliminação da
urna eletrônica que se tem agora e se realizar tudo a partir do aplicativo e de
casa como são feitas as operações bancárias atualmente.
Todavia
para deixar as eleições 100% online futuramente os eleitores poderão ter o seu
título eleitoral com chip para as próximas eleições quiçá, a
partir de 2030 ou quem sabe até menos tempo, a tecnologia digital do Brasil
deverá sim, avançar de tal maneira que poderá a vir a beneficiar todo o
processo eleitoral do país para melhor e terminará com muitas polêmicas inúteis
de hoje sobre o voto eletrônico.
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