Para os servidores os precatórios são
inatingíveis.
Porque o governo não paga logo os precatórios dos funcionários públicos estadual?
Os precatórios no Brasil são dívidas,
que o poder público não tem pressa, para pagar ao cidadão trabalhador. Eles já
se transformaram, numa realidade inatingível, da parte dos servidores públicos
de todas as categorias ao receberem do governo. No entanto, escrever sobre os
precatórios do Rio Grande do Sul, precisa ter muita paciência, porque
certamente daria um bom livro ou uma tese de mestrado para os futuros
advogados, os quais estão se especializando no direito trabalhista.
Contudo, quão grandemente o tema
é complexo, então, é importante iniciar esta matéria com muita calma para entender melhor a saga
dos precatórios, os quais estão há muitos anos engavetados nos poderes do
judiciário e do executivo do Rio Grande do Sul. Entretanto, para complicar
ainda mais a vida de todos, chegaram as mudanças nas novas leis dos precatórios,
isso, irá alongar, os prazos e diminuir os valores a serem pagos aos
funcionários públicos municipais, estaduais e federais.
É lamentável, mas muitos donos de
precatórios falecem antes de recebê-los.
Nessa disputa entre o poder
executivo e judiciário ficam os detentores dos precatórios na espera de um dia
poder sacar e gozar desse direito. Contudo, na realidade poucos conseguem
receber e a maioria vem óbito, antes de ter esse dinheiro em suas contas
bancárias. A história tem mostrado essa realidade cruel entre os muitos
servidores que nem chegaram a receber os seus valores, tão esperados porque os
prazos são, tão extensos e muitos servidores públicos terminam morrendo, sem
receber nada. Certamente, os filhos, os netos, bisnetos e tataranetos possam
usufruir ou não, desses valores que o Estado deve aos seus funcionários. Mesmo
que venham os herdeiros a receberem estes valores, paira no ar uma grande
sensação de injustiça.
Quem não trabalha vai receber é muito
injusto.
No entanto, quem nunca trabalhou
na vida vai se deleitar de um bem, o qual não fez esforço nenhum para se
beneficiar. Quem necessitava usar por direito e com justiça em vida, não pode.
Este dinheiro era para comprar medicações e comida, mas não foi possível,
devido à morosidade dos poderes responsáveis para acelerarem os pagamentos.
Mas, afinal, o que significa precatório? Existe uma linguagem técnica e
jurídica para responder esta questão um tanto complexa. Quem não é dessa área
jurídica, acesse o link para obter maiores informações e explicações técnicas e
jurídicas. Saiba mais sobre os precatórios.
O pagamento dos precatórios é muito
lento para quem tem pressa.
Os funcionários públicos que
trabalharam a vida inteira, deram sua vida para a geração de riquezas neste
Estado gaúcho e Rico do Brasil, entretanto, os seus direitos não recebem é
muito descaso do governo para com seus trabalhadores. Pense bem! Já são muitos anos de lutas
inglória, para quem espera ter
em sua conta bancária o pagamento integral de algum destes tais
precatórios. O estado é o maior devedor para com os seus servidores. Ações judiciais julgadas procedentes e
ganhas definitivamente, não cabe mais recursos, mas o executivo alega falta de
recursos. Não obstante, falta firmeza da justiça para sequestrar bens do Estado
para quitar essa dívida. As sentenças do judiciário, nenhum cidadão comum
discute e muito menos poderá descumprir e porque entre estes dois poderes o
comportamento é diferente.
A lei é para todos e ninguém está acima, se obedece e ponto final.
Aqui tudo anda a passo de
tartaruga, ou melhor, na velocidade de um bicho preguiça, andando quase
parado. Os funcionários do RS vivem um
verdadeiro drama na expectativa do pagamento dos precatórios que são legítimos
via cruzes. Até uma lista preferencial foi criada para executar algum
pagamento. Esta lista tem preferência por ordem de doenças graves, incuráveis,
irreversíveis até se aproximar dos servidores sem doenças, coisas sem
cabimento, porque quase todos os servidores trabalham doentes. Não se tem um cálculo exato pelos menos não
informam corretamente.
O tempo para alguém ter seus precatórios pagos é um deboche.
Todavia, existe a probabilidade
de entre 15 e 20 anos de espera, um legítimo escárnio. No entanto, neste
trajeto muitos trâmites judiciais acontecerão. O dono do precatório já em
estado de convalescença para falecer e fica para os herdeiros. Sempre o governo alega a falta de dinheiro
para honrar seus compromissos com seus funcionários, faz deboche com todos os
seus funcionários. Entre os servidores públicos estaduais, importante sublinhar
aqui, a categoria do magistério gaúcho. A classe dos educadores é a mais
penalizada pelo fato de receber um salário de fome. Quem tem essa esperança
desse crédito fica na expectativa de amenizar a situação. Contudo, assim como, as
demais categorias de trabalhadores, vivem uma espera sem fim para receber essas
dívidas reais, todas elas respaldadas em lei, constituindo direitos adquiridos.
Com o passar do tempo a dívida tende a aumentar.
O mais preocupante é que com o
passar dos anos a perspectiva é de que esta dívida venha aumentar com o não
pagamento integral do Piso Salarial do Magistério e a entrada dos interessados
na Justiça para reaver os retroativos. Têm-se estimativas desses valores com
novas ações em relação ao Piso Nacional do Magistério, tende a evoluir para a
casa de mais de nove bilhões, uma verdadeira bola de neve. Sem dúvida é mais um
complicador para os dois lados tanto o Estado que cria seus mecanismos de
protelação para quitar à exorbitante dívida com seus servidores. Hoje já
ultrapassando os dígitos de oito bilhões de precatórios. No entanto, nesta
batalha sem fim quem fica na situação penosa são os trabalhadores em educação
que não veem a cor do dinheiro.
Entra governo e sai governo e
nenhum cumpre com esta promessa de pagar de uma vez por todas essas causas
ganhas definitivas na justiça. Sempre procuram dilatar por muitos anos o
pagamento deste direito garantido. Muitos servidores já morreram e não puderam
mais usufruir desses bens que estão na posse do governo. Muitos perderam a
esperança de um dia gozar de algo que lhes pertencia, mas não receberam. Apesar
de vários movimentos dos professores e funcionários estaduais em geral e a
pressão da sociedade organizada, o que se escuta sempre é uma ratificação de
uma sentença desesperadora, que vai demorar e não se tem data definida para
fazer pagamento definitivo.
No último dia 23 de julho de 2012
realizou-se em Porto Alegre-RS, na Assembleia Legislativa, o 1º Fórum da Semana
Estadual de Conscientização dos Direitos dos donos de precatórios no Estado do
RS. Contou com várias autoridades interessadas em discutir esta questão
complexa. Neste fórum criaram a chamada carta dos precatórios contendo uma
série de reivindicações políticas que deverão dar início a uma forte campanha
para acelerar o pagamento pelo Governo do RS aos dos precatórios. Leia na
íntegra a carta dos precatórios.
CARTA DOS PRECATÓRIOS.
*Porto Alegre (RS), 23 de
julho de 2012.
Durante o I Fórum da Semana
Estadual de Conscientização dos Direitos dos donos de precatórios no Estado,
realizado segunda-feira (23), nas dependências da Assembleia Legislativa, com a
participação de representantes do Legislativo, do Executivo, Judiciário,
Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal Regional do Trabalho, OAB,
entidades, sindicatos e titulares de Precatórios e Requisições de Pequenos
Valores (RPVs) foram debatidos os avanços e dificuldades na luta pelos
respectivos pagamentos.
Ao final do debate foi redigida a presente
Carta dos Precatórios e RPVs, sendo colhidas as seguintes proposições para
movimentação dos pagamentos:
1. Prevenir o surgimento de novos
precatórios relativos ao Piso do Magistério
2. Criação de linha de crédito
junto ao Banrisul para antecipação do valor do Precatório e RPVs.
3. Previsão legal para que os
Tribunais do país estruturem seus setores de Precatórios, prevendo
competências, quadro funcional de servidores, cargos de Juízes.
4. Retomada da Central de Conciliação
de Precatórios;
5. Cumprimento da Lei 13778 de 30
de agosto de 2011, que dispõe sobre a quitação de dívidas do Estado do Rio
Grande do Sul mediante dação em pagamentos em seus imóveis dominicais.
6. Ampla divulgação dos devedores
municipais e estaduais, responsabilizando pessoalmente os causadores das ações
judiciais que geram precatórios;
7. Suspensão dos pagamentos da
dívida pública federal até quitação de todos os Precatórios devidos;
8. Não aprovação do orçamento,
caso não conste as dívidas que efetivamente não estão sendo cumpridas;
9. Pedido para que o TJRS
disponibilize em seu site mensalmente quantos precatórios estão sendo pagos,
bem como quais os valores totais liberados;
10. Responsabilização pessoal e
patrimonial dos governantes pela criação de precatórios durante seus mandatos;
11. Revisão do percentual da
Receita Corrente Líquida (atualmente em 1,5%);
12. Movimentação para aprovação
do Projeto de Lei. 157/2011 do Deputado. Ronaldo Santini, ou retorno do regime
de urgência.
13. Aumento do número de
servidores no Tribunal de Justiça e PGE;
14. Criação de um sistema de
informática interligado entre a PGE e o Tribunal de Justiça do RS para troca de
informações sobre os Precatórios inscritos, acelerando assim sua análise e
pagamento;
15. Pedido de aplicação da ADIN
promovida contra a Lei Estadual 13.756/2011 (RPV);
16. Maiores esclarecimentos sobre
o andamento dos pagamentos dos Precatórios e RPVs;
17. Integração da OAB, Defensoria
Pública, Frente Parlamentar dos Precatórios da ALRS e entidades ao Comitê de
Gestão e Fiscalização dos Precatórios;
18. Criação de lei que
regulamente o procedimento administrativo dos Precatórios;
19. Revogação da Lei nº
13.756/2011 (prorrogação do prazo de pagamento das RPVs) pelo Governo do Estado
do RS.
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO RS,
FRENTE PARLAMENTAR DOS PRECATÓRIOS, UNIÃO GAÚCHA EM DEFESA DA PREVIDÊNCIA
PÚBLICA, SINAPERS, OAB FEDERAL, OAB/RS, APERGS, SINTERGS, SINDIPE, ASSOFBM,
FÓRUM MAGÍSTER DE APOSENTADOS, SINDIPORG, 39º NÚCLEO DO CPERS, FORÇA SINDICAL,
SEMPRE ATIVA*
(FONTE: 1º Fórum
da Semana Estadual de Conscientização dos Direitos dos donos de precatórios no
Estado do RS).
O caminho é longo, para alguém receber, precatório no Rio Grande do Sul.
Por tanto, mesmo com toda essa organização e movimentação dos sindicatos das categorias, que fazem cobranças duras ao governo para ser célere a essa situação, não surtiu muitos efeitos. Todavia, todos que possuem algum tipo de precatório a receber, precisam de muita paciência, porque têm ainda, um longo caminho a percorrer até usufruir desse direito. Contudo, é importante deixar claro que não basta simplesmente as manifestações, as quais já são valiosas, entretanto, é preciso ocorrer muitos outros movimentos fortes e haver mais união de todos para surtir algum efeito prático.
Portanto, fica evidente que falta vontade política da parte do governo é gigantesca, para saldar a sua dívida para com todos os funcionários que trabalharam e trabalham com esmero e garantir a pujança do Estado. Contudo, os trabalhadores querem ver seus direitos cumpridos.
Todavia, a luta não para por
aqui, isto é apenas o início de uma jornada sem fim. É importante destacar que
no Brasil, apenas o RS é o Estado que existem movimentos dos interessados pelo
cumprimento dos seus direitos como donos de precatórios. Isto poderia ser
espraiado por todo o país, porque o volume desses valores gira em torno de 100
bilhões de Reais que os governos de todas as esferas administrativas do Brasil,
devem aos seus servidores.
Todos precisam lutar para conquistar seus direitos.
Todavia, ficar de braços cruzados
na esperança de que algo extraordinário venha acontecer, ou alguma bondade da
parte de algum governo, para pagar seus servidores é muito ilusão. Além de ser
um comportamento ruim, esta passividade para os servidores e bom para os
governos. O melhor mesmo é ir à luta sem
cessar com os demais que estão brigando pelos seus direitos.
No entanto, nunca permanecer
nesta ilusão de que algum fato extraordinário possa acontecer e todos recebam
os inatingíveis precatórios no truque de mágica.
Portanto, a melhor tática é reforçar o grupo das bravas senhoras que ficam a fazer tricô, em frente ao Palácio Piratini, na famosa praça da matriz em Porto Alegre. É uma excelente maneira de protesto, para exigir o pagamento dos precatórios. Todavia, é uma forma de resistência e exemplo para todos seguirem com outras formas de protestos. Não basta simplesmente isso, mas deve haver muitos movimentos mais consistentes e organizados pelas entidades representativas de todos os trabalhadores do Rio Grande do Sul e do Brasil.
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